quinta-feira, 1 de março de 2012

A Filosofia de NIETZSCHE


Quem tem uma razão de viver
é capaz de suportar qualquer coisa

QUANDO PERDEMOS DE VISTA nossos objetivos fundamentais,
somos dominados pelo estresse e pela desorientação. A sensação
de “trabalhar muito para nada” e o esgotamento que difi culta a
concentração podem ser combatidos com a defi nição de uma
meta clara, que ofereça sentido ao que estamos fazendo nos bons
e nos maus momentos.
Para o psicólogo Viktor Frankl, se o indivíduo encontra um
sentido para sua vida, é capaz de superar a maior parte das adversidades.
A logoterapia, criada por ele, busca exatamente isto:
em vez de escavar o passado do paciente, tenta explorar o que é
possível fazer com o que ele tem aqui e agora. Em outras palavras,
devemos encontrar um motivo para nos levantar da cama todas
as manhãs.
O problema de muitas pessoas insatisfeitas com sua existência
é que elas não pensam na vida que gostariam de viver. E a primeira
condição para encontrar-se é saber aonde se quer chegar.
Como fez Frankl meio século mais tarde, Nietzsche destaca
a importância de se buscar uma “razão de viver”. Quando nossa
vida se torna plena de sentido, de uma hora para outra os esforços
já não são cansativos, e sim passos necessários em direção à
meta que estabelecemos.

NIETZSCHE pra estressados


Nosso tesouro está na colmeia de nosso
conhecimento. Estamos sempre voltados a
essa direção, pois somos insetos alados da
natureza, coletores do mel da mente

COMO SCHOPENHAUER, NIETZSCHE em sua juventude se interessou
pelas várias fi losofi as que fl orescem na Índia.
Herdeiro de uma longa tradição espiritual voltada ao conhecimento
pessoal, Ramana Maharshi talvez tenha sido o último
“grande guru” a trabalhar com o instrumento que nos torna
humanos: a mente.
Ramana estimulava seus discípulos a perguntarem a si mesmos:
“Quem sou eu?” Quando soube que tinha câncer, tranquilizou-
os dizendo: “Não vou a lugar nenhum. Para onde poderia ir?”
Aqui Nietzsche compara a conquista da mente a uma abelha
voando em direção à colmeia para colher o mel mais puro.
Maharshi descrevia da seguinte forma a viagem às profundezas
do nosso interior:
Assim como o pescador de pérolas prende uma pedra na cintura
e desce ao fundo do mar para buscá-las, cada um de nós deve se
munir de desapego, mergulhar dentro de si mesmo e encontrar
sua pérola.
Para encontrar essa pérola não é preciso peregrinar à Índia
nem se entregar a complexos exercícios espirituais. Basta olharmos
tranquilamente para o nosso interior.