quinta-feira, 31 de março de 2011

Avaliação Psicológica em concursos

REPROVAÇÃO POR EXAME PSICOLÓGICO EM CONCURSOS SERÁ JUSTIFICADA
A reprovação nos exames psicológicos em concursos para a administração pública estadual terá que ser justificada. A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) acaba de derrubar por unanimidade, com 56 votos favoráveis, o veto do governador Sérgio Cabral ao projeto de lei 2.727/09, o que garantirá o vigor da regra. Em plenário, o autor do projeto, deputado Flávio Bolsonaro (PP), afirmou que a informação representa um avanço no serviço público. “Estamos prezando o principio da transparência. E garantindo o acesso das pessoas a fundamentação dessa reprovação”, argumentou. O texto, que será promulgado em poucos dias, diz que a reprovação deverá ser fundamentada por escrito, “comprovando a incompatibilidade do perfil do candidato com a função pública em análise, sob pena de nulidade do ato”. O projeto também garante ao candidato reprovado nessas condições o direito a submeter-se a novo exame a ser realizado por junta de profissionais da área.

Ferramentas de uso da psicologia criam resistência, servem de barganha para quem não tem perfil para a vaga recorrer ao processo de entrada. O direito de submeter-se a novo exame sempre existiu.
Desenvolvimento de competências pessoais também incomoda profissionais de empresas privadas que cada vez mais são desligados por falta de competência pessoal e não técnica. O grande diferencial no mercado de trabalho atualmente são as  competências emocionais.
O subjetivo não é de fácil leitura para o senso comum. Agora teremos mais trabalho psicólogos, além da avaliação, teremos que fazer um laudo comprovando a incompatibilidade do perfil candidato, espero que aumente o salário.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Congresso de Psicologia do Esporte "A integridade e compromisso com a Ética Profissional na Prática da Psicologia do Esporte"

CRP-RJ participa de congresso sobre Psicologia do Esporte

Foto da mesa de palestrantes.
Foto da mesa de palestrantes.
O II Congresso da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp) tratou da “Integridade e Compromisso com a Ética Profissional na Prática da Psicologia do Esporte”.
Ocorreu de 26 a 28 de novembro, na UERJ, o II Congresso da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp).  Com o apoio do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro na organização do evento, com o seu Grupo de Trabalho (GT) de Psicologia do Esporte, o encontro tratou da “Integridade e Compromisso com a Ética Profissional na Prática da Psicologia do Esporte”. O Sistema Conselhos de Psicologia também esteve presente nos apoios do Conselho Federal de Psicologia e do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. O encontro contou com aproximadamente 120 participantes de vários estados do Brasil.
No primeiro dia, foram realizadas cinco oficinas: Terapia corporal, Arte terapia, Como elaborar projeto de pesquisa em Psicologia do Esporte, Intervenções em Psicologia esportiva em projetos de esportes educativos e Treinamento Mental. Em seguida houve uma exposição das publicações da Abrapesp.
Na cerimônia de abertura, esteve presente, dentre outros expoentes, o conselheiro-presidente do CRP-RJ, José Novaes. O mesmo falou da importância da Psicologia se apresentar como mais uma das possíveis ferramentas no trato com o esporte e com quem se utiliza deste.
Novaes lembrou, ainda, que em 2010 o Sistema Conselhos estará vivenciando o VII Congresso Nacional de Psicologia (VII CNP), no qual os psicólogos serão convidados à produção de teses, que poderão se tornar propostas para as ações políticas da futura gestão dos CRPs, sendo assim premente a mobilização da categoria na participação dos Congressos Regionais de Psicologia (COREPs), produzindo e enviando teses sobre a  Psicologia no Esporte.
Foto do conferencista Sidônio Serpa.
Conferência com o psicólogo e Professor Doutor Sidônio Serpa, atual presidente da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte, falou sobre “A relação técnico-atleta”.
“Esse aumento da presença da Psicologia no esporte precisa ser organizado, sistematizado e, inclusive, regulamentado. Esse é um movimento que não deve partir somente do Sistema Conselhos de Psicologia, mas também da iniciativa dos próprios profissionais psicólogos que atuam na área. São esses profissionais que devem acionar o Conselho com propostas e apresentá-las nos Congressos Regionais como teses”, afirmou o conselheiro-presidente.
Encerrando o primeiro dia de evento, ocorreu uma Conferência com o psicólogo e Professor Doutor Sidônio Serpa, de Portugal, atual presidente da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte, que falou sobre “A relação técnico-atleta”.

Segundo dia de Congresso aborda ciclo olímpico, infância e relatos de experiências

Foto do evento.
No segundo dia do Congresso, a primeira mesa tratou dos aspectos do planejamento e intervenção interdisciplinar no Ciclo Olímpico. Estiveram presentes a psicóloga Katia Rúbio, atual presidente da Abrapesp; o médico desportivo Arnaldo Hernandez, da Sociedade Brasileira de Medicina Estética; o presidente da Confederação Brasileira de Hipismo, Manoel Oliveira; o representante do Comitê Antidoping Alexandre Nunes; e o representante do Comitê Olímpico Brasileiro Luis Viveiros.
Segundo Katia Rúbio, o momento é especial para a área e que “existe uma intensa expectativa do psicólogo para o período olímpico. Precisamos estar preparados para as diferentes demandas, que vão desde os atletas adultos aos pré-juvenis e infantis”.
A segunda mesa do dia abordou a questão da ética nos esportes de alto rendimento que envolvem crianças e adolescentes. A palestrante Márcia Pilla do Valle, do Instituto Gaúcho de Tênis, comentou acerca da especialização precoce nesse segmento. “Muitos começam a participar de grandes competições antes mesmo da adolescência. O problema é que essas competições produzem perdedores e valorizam resultados, fazendo com que algumas crianças abram mão de coisas para continuar a praticar. Isso muitas vezes ocorre por pressão familiar”. Segundo ela, a solução está na busca do equilíbrio com a demanda esportiva.
O psicólogo Raphael Zaremba, criador da ONG VemSer, falou sobre a lógica de mercado que rege o esporte atualmente. “Na ONG procuramos trabalhar a competição de uma outra forma, mostrando que o importante é estar feliz ao jogar basquete, modalidade que treinamos. Sabemos que o mundo é competitivo e acaba levando o esporte para essa lógica de mercado”.
Já o presidente da Confederação Brasileira de Remo, Wilson Reeberg, apontou para a necessidade de um número maior de profissionais especializados e equipamentos para a prática do esporte, principalmente para os jogos olímpicos. Segundo ele, “a CBR já está se preparando e pretende oferecer cursos especializados para todos os profissionais envolvidos com o remo, além de promovermos a democratização do esporte. Os que não são atletas de alto nível podem trabalhar como técnicos, dirigentes ou consumidores de produtos específicos para o remo”.
O preparador físico da Seleção Masculina de Vôlei, José Inácio Salles, corroborou os pontos abordados pelos demais palestrantes. “Precisamos valorizar os treinadores, investindo para a especialização dos que lidam com crianças. Se uma criança cai de padrão por falta de maturidade e o técnico não está preparado para esse atendimento específico, ele dá uma bronca”, finalizou.
A atividade seguinte foi a apresentação de relatos de experiências em Psicologia do Esporte. Os relatos apresentados foram divididos em duas subcategorias: esportes adaptados e esportes não-olímpicos. A respeito da primeira, a psicóloga Carina Alves, da Associação Niteroiense de Deficientes Físicos (Andef), falou sobre a importância do esporte como ferramenta de inclusão social para portadores de necessidades especiais. “A prática de esporte ajuda a diminuir os preconceitos, além de informar e sensibilizar sobre a falta de lugares adaptados. O psicólogo precisa ajudar o para-atleta a tolerar as frustrações e ter estabilidade emocional para lidar com a demanda deles”.
Sobre os esportes não-olímpicos, a psicóloga Carla di Pierro fez sua explanação com base em uma competição chamada Iron Man, competição de maior distância que o triathlon. Segundo ela, o acompanhamento psicológico tem que ser considerado parte do treinamento. “O psicólogo deve ajudar o atleta a estabelecer três metas: a ideal, a real e a satisfatória. Na primeira, você foca na hipótese de tudo pode dar certo; na segunda, considerando algumas variáveis, em quanto tempo gostaria de completar o percurso; e na última, você pensa ‘deu tudo errado. Qual será meu tempo máximo de realização da prova?’. O competidor precisa ter isso em mente para conseguir lidar com as frustrações que aparecerão, além da automotivação no decorrer da prova”.
O outro relato de experiência foi sobre o beach soccer, realizado pelas psicólogas Cristianne Carvalho e Maria Emilia Álvares. Elas acompanharam a rotina da equipe de BS de São Luis, no Maranhão, em 2008, atendendo-a durante todas as etapas. “A partir da aplicação de testes, entrevistas e contato com outros profissionais, nós os atendíamos antes, durante e depois da competição, trabalhando as metas, concentração e inclusão e exclusão de membros da equipe, já que atletas que vinham de outros estados tinham tratamento diferenciado. Percebemos mudanças substanciais durante o acompanhamento, principalmente na coesão do grupo”.
Foto do evento.
A psicóloga Diva Assef falou sobre as dificuldades dos atletas de alto rendimento no surfe. “Arrisco em dizer que esse é um dos esportes mais estressantes, porque além dos problemas normais que a competição já agrega, os atletas do surfe precisam lidar com fatores naturais, como o vento e a temperatura do mar. Como se não fosse suficiente, ainda tem a pressão dos patrocinadores e o deslocamento para as competições. Isso faz com que os atletas fiquem muito tempo fora de casa, abalando bastante o emocional”.
A última mesa do dia contou com a presença do psicólogo espanhol Joaquin Dosil, professor doutor da Universidade de Vigo e atual presidente da Sociedade Ibero Americana de Psicologia do Esporte. Segundo ele, atinge-se o equilíbrio ideal dentro de uma equipe, melhorando seu desempenho a partir de três habilidades psicológicas básicas: liderança, comunicação e coesão das equipes de esportes.
“No esporte, normalmente o líder é alguém que teve êxito na modalidade ou chegou quase lá, surgindo de maneira natural. Técnicos e diretores, por suas posições de comando, já ganham lugar de liderança. Para melhorar a capacidade mental, o líder deve focar no discurso do “ciem”, que vem a ser, controle do contexto, impacto no interesse, emoção e naturalidade”, afirmou.
Para ele, na parte comunicacional, o psicólogo do esporte deve ajudar os técnicos e dirigentes a se portar em coletivas de imprensa e motivar os jogadores, “além de trabalhar os aspectos verbais, como, por exemplo, a entonação da voz e a clareza no que está sendo falado, e não-verbais, como o cuidado com a linguagem corporal e a proximidade física”.

Congresso se encerra com conferência internacional e mesa sobre ensino e pesquisa

O último dia do Congresso foi iniciado com a conferência do psicólogo e professor doutor eméritus da Universidade da Flórida Robert Singer, ex-presidente da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte. O mesmo falou sobre a inserção da Psicologia no Esporte. O professor abordou alguns importantes temas, como o possível desenvolvimento de habilidades específicas para a prática do esporte de alto rendimento, a importância do trabalho do profissional psicólogo junto ao atleta e as possíveis técnicas motivacionais para aprimorar o desempenho desse atleta.
Singer afirmou também da importância dos treinadores buscarem estabelecer estratégias de comunicação com os atletas que fujam à formalidade e à disciplina.
Em seguida, na mesa redonda sobre A Psicologia do Esporte em nível acadêmico: ensino e pesquisa – situação atual e perspectivas, reuniram-se Ruy Jornada Krebs, professor e representante da UDESC, Luciana Ferreira Ângelo, representante da Abrapesp, Louise Borba, colaboradora do GT de Psicologia do Esporte do CRP-RJ, e o professor Luís Martini.
Mediador da mesa, o psicólogo e conselheiro do CRP-RJ e coordenador do GT de Psicologia do Esporte, José Henrique Lobato Vianna, afirmou que o encontro foi uma oportunidade de afirmar a prática do psicólogo no Esporte, área na qual o CRP-RJ vem abrindo espaços para o debate. “Nós, do CRP-RJ, tivemos um grupo de trabalho sobre Psicologia do Esporte, que encerrou suas atividades no segundo semestre deste ano, e eu tive a oportunidade de coordená-lo. Eu não sou psicólogo do esporte, mas sou um grande entusiasta dessa prática”. 
Ruy Krebs, por sua vez, falou sobre a teoria ecológica do desenvolvimento humano, que leva em consideração, entre outros fatores, a efetivação de políticas públicas como melhorias para vida humana. O professor abordou ainda o papel do meio social e familiar no momento da escolha, por parte do atleta, da prática de determinado esporte. Segundo ele, pesquisas revelam que família e amigos são fatores determinantes no engajamento à prática esportiva e até mesmo na escolha de determinadas modalidades.
Ainda de acordo com Krebs, a Psicologia do Esporte precisa avançar muito em determinados aspectos, principalmente quanto ao caráter prescritivo da sua literatura. “Eu tenho uma crítica muito forte sobre como a Psicologia do Esporte é apresentada nos livros: ela ainda é apresentada sob a forma de prescrição. Tenho certa resistência em aceitar essa literatura e critico esse olhar excessivamente prescritivo”.
A psicóloga Luciana Ângelo, fez um breve relato sobre os centros de pesquisa de Psicologia do Esporte no Brasil. Ela afirmou que o diretório de pesquisa do CNPq revela grande concentração da produção científica no estado de São Paulo, o que não quer dizer que não haja professores ou estudiosos realizando pesquisas no restante do país. No entanto, na avaliação da representante da Abrapesp, “há a necessidade de desenvolvimento de mais diretórios e linhas de pesquisa em outras regiões do Brasil”.
Luciana afirmou também que as tendências das linhas de pesquisa em Psicologia do Esporte no Brasil, atualmente, seguem na direção ou do alto rendimento e motivação dos atletas ou da Psicologia Social do Esporte.
A psicóloga Louise Borba, do GT de Esportes do CRP-RJ, disse que o Conselho já teve uma Comissão de Esporte, Trabalho e Trânsito, que durou de 1999 a 2001, entretanto, somente neste ano o tema voltou a ganhar destaque com a criação do GT.
Texto e fotos: Ana Carolina Wanderley e Felipe Simões

Debate no CRP: A prática do psicólogo na atividade física

GT de Psicologia do Esporte debate a prática do psicólogo na atividade física

O Grupo de Trabalho de Psicologia do Esporte do CRP-RJ realizou, no dia 13 de abril, seu ciclo de debates "Lance-Livre", com o evento Práticas do psicólogo no esporte e na atividade física.
Participaram da atividade as psicólogas Aparecida Carina Alves (CRP 05/31176), da Prefeitura de Duque de Caxias/Projeto Qualidade de Vida e Esporte para Pessoas com Deficiência; Patrícia Fátima Faustino (CRP 05/20958), da Vila Olímpica Mestre André; e Daniele Mariano Seda (CRP 05/37229), da Equipe Feminina de Basquete da Mangueira.
Patrícia começou falando sobre seu trabalho na Vila Olímpica. “Trabalhamos com uma equipe multidisciplinar, que inclui psicóloga, pedagoga e assistente social”, afirmou, destacando que os pontos principais desenvolvidos são: respeito, trabalho em equipe, comprometimento e inclusão.
Foto da palestrante Patrícia Fátima Faustino.
Patrícia Fátima Faustino destacou que os pontos principais desenvolvidos no seu trabalho são: respeito, trabalho em equipe, comprometimento e inclusão.
Foto da palestrante Daniele Mariano Seda.
Daniele Mariano Seda contou sobre seu trabalho no basquete, principalmente com relação a meninas de classes pobres.
Foto da palestrante Aparecida Carina Alves.
Aparecida Carina Alves ressaltou que, no trabalho com portadores de necessidades especiais, é preciso um acompanhamento psicológico com relação a como a pessoa lida com as mudanças na sua vida propiciadas pelo esporte.
A psicóloga explicou ainda que o trabalho consiste em formar uma rede de referência na comunidade. “Eu não podia fazer psicoterapia dentro da Vila Olímpica, mas precisava conversar com essas pessoas e fazer um acolhimento. Expliquei que isso já era um trabalho terapêutico e que eu precisava fazê-lo. Para desenvolver a disposição de uma criança em trabalhar em equipe, por exemplo, tenho que conhecer essa criança. O mesmo ocorre com os professores, nos quais também focamos nosso trabalho”.
Em seguida, Daniele contou sobre seu trabalho no basquete, principalmente com relação a meninas de classes pobres. “Há algumas peculiaridades com relação às comunidades mais pobres. Percebi que, na categoria infantil, a maioria das atletas vem de comunidades, mas, na juvenil, há muito poucas. O que acontece? Não pode ser só o talento que define isso”, afirmou. “Muitas meninas abandonam porque ficam grávidas, porque não têm dinheiro para ir ao treino ou porque têm que ajudar a família, trabalhando, cuidando de irmãos mais novos etc.”, explicou.
Segundo Daniele, também ocorrem questões que levam o trabalho do psicólogo do esporte para a clínica. “Muitas meninas não têm contato com o pai e a falta da figura paterna podia ser levada para a quadra. Por exemplo, algumas identificavam o técnico como um pai, e outras tinham problema em aceitar a autoridade masculina, como a do árbitro. Outras dificuldades eram de comunicação e de imaginação. Assim, é complicado separar o trabalho de Psicologia do esporte da clínica, pois não dá para separar o atleta do ser humano”.
Finalizando, Carina falou sobre o trabalho que desenvolveu com esporte na Associação Niteroiense de Deficientes Físicos (ANDEF) e que desenvolve na Prefeitura de Duque de Caxias. Ela ressaltou que, no trabalho com portadores de necessidades especiais, é preciso um acompanhamento psicológico com relação a como a pessoa lida com as mudanças na sua vida propiciadas pelo esporte.
“Num dia, a pessoa era vista como uma ‘pobre coitada’. No outro, é o herói da sua cidade, recebido pelo prefeito etc. Assim, a pressão para ganhar é muito grande. É preciso estar com o atleta antes e depois da competição, vendo como ele lida com o resultado”. A psicóloga chamou a atenção ainda para a possibilidade de inclusão social promovida pelo esporte. “É preciso pensar na acessibilidade não só arquitetônica, mas também com relação às atitudes e aceitação”, ressaltou.
Carina também destacou alguns desafios que o psicólogo enfrenta na área de esportes e atividades físicas. “É necessário que o psicólogo conheça a modalidade esportiva com a qual vai trabalhar, tanto com relação às regras e táticas quanto aos sentimentos que movem aquele esporte e as variáveis psicológicas. É preciso ainda criatividade para adaptar a Psicologia às necessidades do dia-a-dia, capacidade de observação e de comunicação e um grande controle emocional”, concluiu.
Após as palestras, foi aberto um debate com os presentes. Entre os principais pontos discutidos, esteve a importância do psicólogo não como “solucionador de problemas”, mas na promoção da qualidade de vida. Também foi questionado por que a Psicologia do esporte, apesar de existir no Brasil há mais de 50 anos, tem tão pouca visibilidade. “Onde estão os psicólogos do esporte. Por que eles não aparecem para debater sua prática?”, declarou um dos participantes.
Os encontros do GT de Psicologia do Esporte são quinzenais e possuem temas livres, sugeridos por psicólogos e estagiários que atuem na área. Os eventos contam com profissionais do esporte e da atividade física como convidados.
A próxima palestra será no dia 27 de abril, das 18h às 20h, com o tema A criança e o adolescente na prática da atividade física: peculiaridades na formação do atleta e do cidadão. Os convidados serão Simone Albuquerque Luz (CRP 05/36913), psicóloga esportiva/atendimento individual a atletas e equipes, e Elizabeth dos Santos Morais de Carvalho (CRP 05/19952), psicóloga integrante do Projeto de Educação Olímpica do C. R. Vasco da Gama.
Texto e fotos: Bárbara Skaba

sábado, 12 de março de 2011

Aposentadoria? Stress? Planejamento...



Boa noite leitores!
O consagrado FENÔMENO dos gramados dessa década anunciou sua A.P.O.S.E.N.T.A.D.O.R.I.A. O craque Ronaldo, pendurou as chuteiras e abandonou o futebol após um ano ruim de sucessivas contusões, finalizado com a prematura desclassificação do Corinthians no campeonato da libertadores.

No Jornal do Comércio, li uma entrevista do rei Pelé que afirma “ Ronaldo devia ter se aposentado em 2009 após a conquista do último grande título para o Corinthians”. Penso que nem sempre é possível se antecipar as cóleras de nossa profissão e sair dela antes da curva do declínio. Mas sem dúvidas há momentos em que o corpo, a mente e os propósitos pessoais entram em desalinho. Perceber esses sintomas e esclarecer as idéias  é fundamental para  tomada de decisão entre continuar na mesma carreira ou decidir se é hora de traçar novos desafios e encontrar meios de colocá-los em prática.

A aposentadoria mesmo quando por idade ou tempo de serviço, não sendo  planejada pode gerar problemas de saúde como a depressão. Portanto a parada definitiva de uma atividade ou a reinvenção em qualquer outra carreira requer planejamento. Há casos ainda onde parar não é opção – como, por exemplo, quando há  extinção de um posto de trabalho ou mesmo por problemas de saúde – isso requer do profissional equilíbrio para se reinventar em outra função.

Para auxiliar profissionais de várias áreas , existem empresas especializadas em planejamento de carreiras. A busca por especialistas que realizam sessões de coaching profissional pode auxiliar e muito a melhor dimensionar a trajetória de trabalho de quem pretende se reiventar no mercado.

Se Ronaldo aposentou-se na função de jogador de futebol, sua vaga como ídolo de uma geração continua sendo ocupada mundo a fora. Daqui por diante inevitavelmente a extensão de suas conquistas ultrapassarão as quatro linhas do gramado.
A vida é feita de competições, principalmente no contexto esportivo, co que bagagem emocional chega um atleta ao fim de carreira? A cabeça foi tão bem cuidada como se cuidou do joelho, do corpo? Que recursos psicológicos e emocionais ele tem para uma decisão como esta?
Ronaldinho desabafa ao final da Copa: “Eu só quero paz! Descansar na Disney com a minha namorada!” e mais tarde acrescenta: “O penta virou uma obsessão na minha vida”.
Airton Senna, outro herói brasileiro, declarou para toda imprensa, um ano antes de morrer que seu pior adversário era o stress.
O tenista Boris Becker, quando atingiu o tão almejado título de nº 1 do ranking mundial, pensou em suicídio.
Este endeusamento pode adoecer?
Vale à pena pagar o preço do reinado? Das vitórias?
Que tal equilibrar a competência de cada um desses heróis com suas questões emocionais???