domingo, 3 de abril de 2011

ANSIEDADE o impacto na qualidade de vida do indivíduo



Boa noite leitores!
Vivemos na era da ansiedade. A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que em uma década cerca de 20% dos moradores das grandes cidades sofrerão de alguma variação desse tipo de transtorno. O prognóstico é preocupante, principalmente se considerarmos que o percentual é duas vezes maior que o de depressão - que, apesar disso, recebe bem mais atenção. É preciso, porém fazer ressalvas. A ansiedade clínica é muito mais grave que a tendência comum às preocupações do cotidiano. Há seis transtornos de ansiedade, conhecidos: fobia específica, transtorno de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de ansiedade social (TAS) ou fobia social e transtorno de stress pós traumático (TEPT).
   Pessoas com esses distúrbios frequentemente se descobrem incapazes de trabalhar de modo eficaz, ter vida social, viajar ou manter relações afetivas estáveis. Muitas vezes, elas recorrem deliberadamente a todo tipo de estratagemas para evitar encontrar certas pessoas, estar em determindos locais ou desempenhar atividades consideradas corriqueiras, como dirigir, embarcar em aviões ou entrar em elevadores. Podem não conseguir enfrentar multidões, participar de reuniões, permanecer em espaços abertos ou não tolerar mínimas quantidades de sujeira e desorganização. Em geral não conseguem dormir bem e muitas vezes se tornam reclusas. Em casos extremos, é necessária até a hospitalização.
Para quem sofre de ansiedade, a condição vai bem além de se atormentar com o imposto de renda ou de ter medo de barata. Trata-se de uma doença rela e duradoura, que tem consequências impactantes sobre vários aspectos da vida. Mas o problema não termina aí. Quem apresenta o transtorno tem maior tendência a se tornar clinicamente deprimido, dando a impressão de sofrer de duas condições debilitantes ao mesmo tempo. Nem as crianças escapam da ansiedade: 16% dos casos começam na infância e causam impacto sobre o desenvolvimento. Meninos e meninas com o transtornos tem mais dificuldade na escola (tanto no que diz respeito ao aprendizado em si, quanto ao contato social) e muito mais risco de se tornarem adultos com problemas psicológicos.
O custo do tratamento dos distúrbios de ansiedade chega a milhões de dólares - cerca de um terço dos custos médicos de todos os problemas psiquiátricos.
Algo difícil de ignorar é que as coisas estão piorando. Os índices de ansiedade geral aumentaram vertiginosamente nos últimos 50 anos. Mas por que isso? Não estamos em situação melhor do que no passado? As pessoas não vivem mais tempo e recebem e recebem tratamento de melhor qualidade do que antes? Não é verdade que um número maior de pessoas se aposenta mais cedo, pratica esportes, tira férias? A verdade é que nos transformamos em pessoas mais tensas. As pessoas estão mais isoladas de seus vizinhos, cada vez mais gente vive só. Em muitos lugares a criminalidade aumentou, e as ruas não são mais lugares seguros. O terrorismo parece uma ameaça real. Como a globalização e a competição econômica se intensificaram, a segurança no emprego diminuiu; profissionais são dispensados de seus trabalhos de maneiras que pareciam indispensáveis há uma geração. E muitos não podem mais contar com pensões ou aposentadorias adequadas na velhice. Todos esses fatores contribuem para o sentimento de que a vida não é mais tão segura quanto já foi. O apoio da "tribo", da qual a evolução nos acostumou a ser dependente, não está acessível como antes.
Qualquer dessas condições afeta drasticamente a qualidade de vida. Todas elas desequilibram a saúde física e mental.
Como indivíduos, temos que fazer opções quanto ao modo como vamos lidar com essa situação, já que atualmente também temos oportunidades que não costumávamos ter. A psicologia moderna aprendeu muito sobre a ansiedade nas últimas décadas. Temos informações sobre sua origem, o modo como opera no cérebro e a natureza dos padrões comportamentais que gera. Tudo isso pode ajudar a entender o papel que a ansiedade desempenha na vida de cada pessoa. E, do ponto de vista da psicologia, compreender essa manifestação é fundamental para superá-la - e não eliminá-la completamente, pois tal meta é irreal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário