O bairro de Santa Teresa nasceu nos arredores de um
convento no Morro do Desterro, no Rio de Janeiro, no século 18. O bairro ocupa
uma colina no coração da cidade e parece ter parado no tempo, mantendo há
dezenas de anos aspectos preservados do Rio Antigo e guardando uma história em
cada esquina.
Escritores e artistas sempre foram atraídos por Santa
Teresa, seduzidos por seu charme e por suas riquezas arquitetônica e cultural,
visíveis aos olhos e ao coração. A arte exibida nos muitos ateliês que tomaram
conta do bairro, encontra seu reduto em Santa, como preferem chamar os
apaixonados pelo local. Tudo o que existe e se sabe sobre Santa Teresa é também
um pouco da história do Rio. Mas para o visitante parece um local à parte, com
características próprias.
As ruas estreitas e sinuosas por onde passam os velhos
bondes, os únicos que ainda circulam em todo o Brasil, são mais uma peculiar
atração do bairro. Os charmosos veículos começaram a circular no século
passado, movidos por tração animal e posteriormente por eletricidade.
Remanescentes de uma época romântica, foram tombados como patrimônio histórico
e ainda passeiam por trilhas perfeitamente preservadas, levando o visitante a
uma releitura do passado.
O bairro de Santa Teresa surgiu a partir do convento de
mesmo nome, no século XVIII. Foi
inicialmente habitado pela classe alta da época, numa
das primeiras expansões da cidade para fora do núcleo inicial de povoamento, no
Centro da cidade. Surgiram, então, vários casarões e mansões inspirados na
arquitetura francesa da época, muitos dos quais estão em pé até hoje. O bairro de Santa
Teresa recebeu ao longo de toda sua existência muitos imigrantes europeus.
Por volta de 1850, a região foi
intensivamente ocupada pela população que fugia da epidemia de febre amarela na cidade. Por ficar num local mais elevado, a região era menos
atingida pela epidemia do que os bairros que a circundavam.
Em 1872, surgiria o bonde que se tornou
o símbolo do bairro, subindo a Rua Almirante Alexandrino. Inicialmente, o bonde
era verde, mas passou a ser pintado de amarelo após reclamações de moradores
que diziam que o bonde "sumia" em meio à vegetação do bairro[. O bonde vai do bairro ao Centro da cidade através
dos Aqueduto da Carioca desde 1896, quando fez sua primeira
viagem.
Com o tempo, Santa Teresa perdeu
seu status de bairro nobre, mas tornou-se, ao longo dos anos,
um bairro de interesse cultural e turístico.
O bairro possui uma das mais antigas
associações de moradores do Rio de Janeiro. A Associação de Moradores e Amigos
de Santa Teresa foi proposta pela primeira vez em manifestação pública e
através de abaixo-assinado, na Praça Odilo Costa Neto, na então famosa Festa
Junina de Santa Teresa, em junho de 1978. Seu registro de fundação é de 10 de
julho de 1980.
A partir de manifestações organizadas,
os moradores conseguiram a preservação do sistema de bondes histórico, através
do tombamento e de cobranças constantes do poder público pela liberação de
verbas para os bondinhos. Porém, com o trágico acidente ocorrido com o bonde em
27 de agosto de 2011 que matou seis pessoas, o governo estadual, responsável
pela operação do bonde, resolveu paralisar temporariamente a sua circulação,
até que fossem feitas obras de modernização do sistema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário