sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vida Líquida - Bauman


Viver neste mundo sempre mais complexo está se tornando uma tarefa
difícil a se realizar. As mudanças rápidas e radicais que aconteceram
nas últimas décadas – e continuam acontecendo – estão nos deixando
sempre mais desnorteados e, até mesmo, perdidos. Buscamos
uma firmeza que não encontra mais amparo naqueles valores considerados
eternos. Sonhamos um mundo no qual o futuro é difícil de
ser vislumbrado. Sentimos a dificuldade de abrir mão da velha aparelhagem
moderna de idéias seguras e pré-formadas que, por séculos,
orientavam nossos passos. Talvez seja, como profetizava, no século
passado, o filosofo francês Jean Paul Sartre, o medo de viver até as
mais profundas conseqüências a nossa liberdade. De qualquer forma,
porém, a humanidade sente uma geral dificuldade de encontrar
pontos de referências que possam garantir-lhe serenidade. O instinto
de sobrevivência, que necessita de segurança, bate toda hora contra o
muro de um mundo que se tornou inseguro. Percebemos que novos
atores estão passando no palanque da história, mas não conseguimos
detectá-los, tão rápida é a passagem deles.
Uma atitude tipicamente humana consiste em pensar, para compreender
aquilo que está acontecendo. Neste mundo das mudanças
rápidas e, às vezes, imprevisíveis, também esta atitude parece ter sido
afetada inexoravelmente. Apesar disso, parar para refletir sobre estas
mudanças é o objetivo do presente artigo. Tentaremos a busca de
respostas que possam nos ajudar a interpretar este mundo tão complexo,
folheando as páginas de um dos autores da atualidade que há
décadas está oferecendo idéias e chaves de interpretação plausíveis:
Zygmunt Bauman.

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