quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

ISSO TAMBÉM É ESPORTE

Não é piada.
Morreu um torcedor ontem, aparentemente vítima de um confronto entre torcedores do Corinthians e do San José. Cerca de 12h depois do ocorrido, a Conmebol, entidade que comanda o futebol sul-americano, tinha em seu site apenas um comunicado  reproduzindo a carta enviada ao presidente da Associação de Futebol da Argentina, congratulando-o pelos 120 anos da instituição.

E talvez seja a melhor forma de os dirigentes do futebol na América do Sul dizerem o que pensam sobre o esporte que comandam.
A morte do jovem em Oruro não causa espanto. Para quem acompanha o futebol desde que se conhece por gente, não dá para dizer que isso nunca iria acontecer. É mais uma, entre tantas outras, que são fruto do descaso de quem está no comando com quem é a razão de o esporte ser tão popular.
A morte em Oruro é fruto de um modelo histórico de que o poder no esporte está dividido numa espécie de confraria de amigos, cuja única preocupação é manter a mesma turma no comando. Quem quiser fazer parte do clube, não pode se opor ao status quo, não pode ir contra o chefe, tem de tomar cuidado ao arquitetar um plano para tomar o poder.
Ir a um estádio de futebol na América do Sul não é uma aventura. Isso faz com que os estádios sejam lugares apenas para os fanáticos, aqueles que podem matar ou morrer pelo seu time de coração. O que, claro, não justifica o ocorrido em Oruro, mas que explica o que acontece há tempos nesta região.
Simplesmente SURREAL. Isso também é esporte.

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