sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vida Líquida - Bauman


Viver neste mundo sempre mais complexo está se tornando uma tarefa
difícil a se realizar. As mudanças rápidas e radicais que aconteceram
nas últimas décadas – e continuam acontecendo – estão nos deixando
sempre mais desnorteados e, até mesmo, perdidos. Buscamos
uma firmeza que não encontra mais amparo naqueles valores considerados
eternos. Sonhamos um mundo no qual o futuro é difícil de
ser vislumbrado. Sentimos a dificuldade de abrir mão da velha aparelhagem
moderna de idéias seguras e pré-formadas que, por séculos,
orientavam nossos passos. Talvez seja, como profetizava, no século
passado, o filosofo francês Jean Paul Sartre, o medo de viver até as
mais profundas conseqüências a nossa liberdade. De qualquer forma,
porém, a humanidade sente uma geral dificuldade de encontrar
pontos de referências que possam garantir-lhe serenidade. O instinto
de sobrevivência, que necessita de segurança, bate toda hora contra o
muro de um mundo que se tornou inseguro. Percebemos que novos
atores estão passando no palanque da história, mas não conseguimos
detectá-los, tão rápida é a passagem deles.
Uma atitude tipicamente humana consiste em pensar, para compreender
aquilo que está acontecendo. Neste mundo das mudanças
rápidas e, às vezes, imprevisíveis, também esta atitude parece ter sido
afetada inexoravelmente. Apesar disso, parar para refletir sobre estas
mudanças é o objetivo do presente artigo. Tentaremos a busca de
respostas que possam nos ajudar a interpretar este mundo tão complexo,
folheando as páginas de um dos autores da atualidade que há
décadas está oferecendo idéias e chaves de interpretação plausíveis:
Zygmunt Bauman.

História de SANTA TERESA



O bairro de Santa Teresa nasceu nos arredores de um convento no Morro do Desterro, no Rio de Janeiro, no século 18. O bairro ocupa uma colina no coração da cidade e parece ter parado no tempo, mantendo há dezenas de anos aspectos preservados do Rio Antigo e guardando uma história em cada esquina.

Escritores e artistas sempre foram atraídos por Santa Teresa, seduzidos por seu charme e por suas riquezas arquitetônica e cultural, visíveis aos olhos e ao coração. A arte exibida nos muitos ateliês que tomaram conta do bairro, encontra seu reduto em Santa, como preferem chamar os apaixonados pelo local. Tudo o que existe e se sabe sobre Santa Teresa é também um pouco da história do Rio. Mas para o visitante parece um local à parte, com características próprias.

As ruas estreitas e sinuosas por onde passam os velhos bondes, os únicos que ainda circulam em todo o Brasil, são mais uma peculiar atração do bairro. Os charmosos veículos começaram a circular no século passado, movidos por tração animal e posteriormente por eletricidade. Remanescentes de uma época romântica, foram tombados como patrimônio histórico e ainda passeiam por trilhas perfeitamente preservadas, levando o visitante a uma releitura do passado.
O bairro de Santa Teresa surgiu a partir do convento de mesmo nome, no século XVIII. Foi inicialmente habitado pela classe alta da época, numa das primeiras expansões da cidade para fora do núcleo inicial de povoamento, no Centro da cidade. Surgiram, então, vários casarões e mansões inspirados na arquitetura francesa da época, muitos dos quais estão em pé até hoje. O bairro de Santa Teresa recebeu ao longo de toda sua existência muitos imigrantes europeus.
Por volta de 1850, a região foi intensivamente ocupada pela população que fugia da epidemia de febre amarela na cidade. Por ficar num local mais elevado, a região era menos atingida pela epidemia do que os bairros que a circundavam.
Em 1872, surgiria o bonde que se tornou o símbolo do bairro, subindo a Rua Almirante Alexandrino. Inicialmente, o bonde era verde, mas passou a ser pintado de amarelo após reclamações de moradores que diziam que o bonde "sumia" em meio à vegetação do bairro[. O bonde vai do bairro ao Centro da cidade através dos Aqueduto da Carioca desde 1896, quando fez sua primeira viagem.
Com o tempo, Santa Teresa perdeu seu status de bairro nobre, mas tornou-se, ao longo dos anos, um bairro de interesse cultural e turístico.
O bairro possui uma das mais antigas associações de moradores do Rio de Janeiro. A Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa foi proposta pela primeira vez em manifestação pública e através de abaixo-assinado, na Praça Odilo Costa Neto, na então famosa Festa Junina de Santa Teresa, em junho de 1978. Seu registro de fundação é de 10 de julho de 1980.
A partir de manifestações organizadas, os moradores conseguiram a preservação do sistema de bondes histórico, através do tombamento e de cobranças constantes do poder público pela liberação de verbas para os bondinhos. Porém, com o trágico acidente ocorrido com o bonde em 27 de agosto de 2011 que matou seis pessoas, o governo estadual, responsável pela operação do bonde, resolveu paralisar temporariamente a sua circulação, até que fossem feitas obras de modernização do sistema.

O Filho Eterno, de Cristóvão Tezza


O Filho Eterno, de Cristóvão Tezza, foi publicado na categoria de "romance brasileiro", mas é um texto escancaradamente autobiográfico. 


Como o protagonista de seu romance, o autor tem um filho com síndrome de Down. O livro não disfarça o caráter de acerto de contas do escritor com seu filho – ou, melhor dizendo, consigo mesmo no papel de pai desse filho. Ainda assim, Tezza rejeita o rótulo de memorialismo para ficar com o de romance: a narração é toda em terceira pessoa, por exemplo.

A obra se afigura como uma brilhante reflexão sobre a necessidade e a importância da ação do tempo para operar o ciclo da aturação/amadurecimento. Este ciclo se justifica porque plasma duas variáveis significativas de um problema que a crítica literária tem, ao longo de sua história, tratado de forma dicotômica: o narrador e o autor, o sujeito real e o personagem, o escritor e o protagonista, ou ainda, quaisquer outros aportes demonstrativos que se queira dar para separar o homem que escreve da ficção que ele escreve. Assim, o romance abre caminhos inovadores para que se discuta a tão famigerada relação entre vida e obra, autobiografia e ficcionalidade, como se a ficção pudesse, de per se abdicar da história ou como se a realidade não pudesse adentrar os labirintos da subjetividade vital por considerá-la, aprioristicamente, o reino positivista da neutralidade.

Dividido em vinte e cinco capítulos, não numerados, o romance é introduzido por duas epígrafes significativas: a primeira, de Thomas Bernhard, apresenta o conflito entre o desejo pela descrição fiel da verdade e o resultado dessa descrição; a segunda, de S. Kierkegaard, aponta a reflexão especular entre pai e filho,
tema de que se ocupa o livro em suas duzentas e vinte e duas páginas: as vicissitudes, o calvário e as amarras de um jovem escritor ao receber a notícia de que
seu primeiro filho era portador da Síndrome de Down e a peregrinação vital em torno desse fato até sua liberta aceitação.

Antes mesmo de iniciar a leitura, somos informados de que o romance tem como ponto de partida as memórias do escritor Cristovão Tezza, e, ele mesmo, na epígrafe, deixa claro que memórias são essas. Uma história baseada em fatos reais que não tem pretensão de ser a verdade. É a história do relacionamento de pai e filho – e, pela orelha do livro, somos informados de que se trata de um relacionamento com "dificuldades, inúmeras, e as saborosas pequenas vitórias". Além disso, trata-se de um "livro corajoso" – o escritor é considerado corajoso ao relatar parte de sua vida, ao expor sua família e sua intimidade.
 

O Filho Eterno é uma narrativa seca de desencantamento, em terceira pessoa, onde os personagens não têm nome, com exceção do filho, Felipe, e são chamados de "ele", "o pai", "a mulher", "a mãe", "a filha", "a irmã". Mesmo Felipe frequentemente aparece como "o filho" em contraposição ao "pai". Não encontramos o lugar-comum, o apelo ao sentimento de pena e empatia, e, isso é uma das qualidades de uma história que prende o leitor por não fornecer respostas e soluções óbvias, pelo contrário, a surpresa é uma constante durante a leitura. Percorre-se a trajetória do personagem pai e, dentro de sua história, acompanha-se a trajetória do personagem filho, Felipe. O treinamento neurológico nos primeiros anos de vida do filho é contrastado com o 'treinamento' do pai em relação às tentativas de publicar seus livros e as recusas das editoras:

Eu também estou em treinamento, ele pensa, lembrando mais uma recusa de editora. A vida real começa a puxá-lo com violência para o chão, e ele ri imaginando-se no lugar do filho, coordenando braços e pernas para ficar em pé no mundo com um pouco mais de segurança(p. 130).

O crescimento e o desenvolvimento do filho são percebidos pelo pai nas representações de papéis sociais que o filho se esforça em cumprir (p. 211). Ao mesmo tempo, o pai descobre a alegria que a rotina traz e a tranquilidade conquistada com papéis sociais como "o professor universitário", "o escritor".

"
O pai começa a descobrir sinais de maturidade no seu Peter Pan e eles existem, mas sempre como representação" (p. 218). O espelho no qual ambos, pai e filho, se veem é o espelho que reflete a representação dos papéis sociais. A percepção de mimetismo social no filho não está muito distante dos papéis que o pai é solicitado a cumprir socialmente na universidade, na família, na escola do filho, no campeonato de natação e na apresentação de teatro do filho. A dificuldade do pai é tão grande quanto a dificuldade do filho. A criança que vive eternamente no presente aprende a responder ao que é solicitado dela socialmente. O pai provisório, que só pensava em viver o presente, também aprende. E aqui é revelado o escritor por trás da narrativa. A sutileza ao contar os episódios na vida do pai e do filho é alcançada no contar da história, pois não há momentos de avaliação e reflexão em que paralelos são explicitamente estabelecidos. Esse trabalho é reservado ao leitor. 

Há no romance de Tezza a preocupação em não deixar o leitor "morrer de repente", ou não abandonar o texto.
 

A narrativa de
 O filho eterno inicia sob o signo da construção, melhor dizendo, de duas construções: do pai-narrador-escritor e do filho-personagem-narrado.
Há uma partogênese significativa envolvendo o nascimento e criação do filho e deslocando-se para o nascimento do escritor e o ato da escritura. As marcas vitais conjugam-se nas palavras do próprio autor: “romance brutalmente autobiográfico”. A despeito das dificuldades romanescas atribuídas ao gênero autobiográfico, o livro furta-se ao mero assédio confessionalista porque o autor – experiente e exigente quanto às técnicas literárias – soube optar pela utilização de um ponto de vista revelador.

Narrando em 3ª pessoa, ao invés da 1ª pessoa do singular, Tezza – com esse hábil expediente de foco narrativo – forjou uma nova indumentária para o romance autobiográfico e, muito embora os poros da vida refluam do corpo do texto, a essência do mesmo – sua alma – ainda continua sendo a ficção.

O enredo gira em torno de duas personagens principais: pai e filho. As outras personagens apresentadas no romance são secundárias, inclusive a mãe, que apesar de ser a primeira personagem apresentada pelo narrador através de sua própria fala “
- Acho que é hoje – ela disse.” (pág. 9), é pouco mencionada durante a obra. O narrador utiliza os pronomes “ele” e “ela”, para se referir aos pais e à irmã de Felipe, o único personagem com nome declarado. Quando se trata da relação de afeto com um filho, e principalmente, quando este apresenta uma anomalia, espera-se que a figura da mãe tenha destaque, porém, no romance é a paternidade que é enfatizada.

A abertura do romance dá conta da voz da esposa anunciando ao pai a chegada iminente do filho, ao mesmo tempo em que vai construindo a figura desse pai-narrador, através de um discurso amparado em termos que expressam dúvidas, incompletudes e indefinições: “Alguém provisório, talvez; alguém que, aos 28 anos, ainda não começou a viver. [...] ele não tem nada, e não é ainda exatamente nada”. (p. 9). Descreve-se como um “filhote retardatário dos anos 70”, e se vê como um poeta cafona, gorado em sua profissão, sustentado pela esposa que sobrevive de aulas particulares e revisões textuais de “teses e dissertações de mestrado sobre qualquer tema” (p. 12).

O Pai é personagem introvertido, ansioso, que tem dificuldades para demonstrar seus sentimentos. Um homem de vinte e oito anos, que bebe e fuma compulsivamente. Vê a solidão como um projeto de vida, para assim demonstrar sua aversão à sociedade, e a literatura como fuga da realidade. Pode ser definido como: “
... o eterno observador de si mesmo e dos outros. “Alguém que vê, não alguém que vive.” (pág. 98). Um militante sem causa, um escritor sem projetos realizados que não consegue viver de seu próprio trabalho.

Felipe é apresentado pelo narrador pelas características de um portador de síndrome de down: “
... algumas características... sinais importantes...vamos descrever: Observem os olhos, que tem as pregas nos cantos, e a pálpebra oblíqua...o dedo mindinho das mãos, arqueado para dentro...achatamento da parte posterior do crânio...a hipotonia muscular...a baixa implantação da orelha e...” (pág. 30). Segundo o pai: “é uma pedra silenciosa no meio do caminho” (pág. 112).

O narrador invade os pensamentos do pai testemunhando todos os acontecimentos de sua vida, de forma invisível está presente em todos os cenários da narrativa, assim expõem ao leitor, os sentimentos, as emoções e as aflições de criar um filho com necessidades especiais em uma época que pouco se sabia sobre a Síndrome.

Ainda no 1º capítulo, após ironizar suas “romantiquices” literárias – publicaria, na Revista de Letras, o poema "O filho da primavera" –, deixa claro que “
um filho é a idéia de um filho”; e que, nem sempre, “as coisas coincidem com as idéias que fazemos delas” (p. 14). Tal inconformismo entre o sonho e a realidade
reflete a via-crucis desse Édipo andarilho: recuando no tempo, há apenas dois meses passados, percebe a relação irônica e mordaz entre uma dissertação corrigida para um amigo, na área de genética, cujo tema versava sobre as características da trissomia do cromossomo 21, a síndrome de Down, popularmente conhecida como “mongolismo”, e o fatídico acaso que o presente lhe reservava: um filho portador dessa mesma síndrome.

O destino não o fez cegar os próprios olhos, mas o narrador admite que a morte do menino seria um alívio e o ódio furioso que o acomete fica explícito quando se nega “
bovino, a ver e a ouvir” (p. 31). Focando a parafernália familiar e hospitalar, característica do nascimento de bebês, o narrador estabelece uma relação com os rituais dos sacrifícios religiosos e aponta o caráter de encenação/representação de papéis tanto dos pais, quanto dos médicos e enfermeiros.

Assim, os primeiros capítulos exploram as reações adversas do pai e marido – “
Eu não preciso deste filho”; “Eu também não preciso desta mulher” (p. 32) – as quais, num crescendo de inconformismo, apelam para registros discursivos dilacerados de vazio e solidão. O menino, que o leitor vem a saber, posteriormente, tratar-se de Felipe, é, no início, designado como “pacotinho suspirante”, “a coisa”, “aquela criança horrível”, “esse”, “simulacro de normalidade”, enfim, nominações que levam o narrador a concluir que é um “escritor sem obra, [...] e agora pai sem filho” (p. 41). Entretanto, a brutalidade com que questiona a “anormalidade” do filho volta-se, especularmente, como reflexão sobre a própria normalidade.

No 7º capítulo, o narrador se detém na discussão científica a respeito das características da trissomia do cromossomo 21, porém as contingências do fato, quando relacionadas ao filho, não o impedem de considerar-se num abismo. Ao reler um poema engajado, de sua autoria, – “
escrito anos antes, numa pensão em Portugal, em seus tempos de mochileiro” (p. 49) – trazido por seu irmão, a pretexto de consolá-lo, analisa-o com olhar crítico, tributa-o como “simulacro de
poesia
” (p. 51). Entretanto, os versos iniciais servirão como uma espécie de mote do destino para iluminar reflexões posteriores: “Nada do que não foi/ poderia ter sido” (p. 50).
A partir da certeza genética a respeito do filho e do ressentido vazio familiar – “
Três estranhos em silêncio. Não há o que abraçar” (p. 66) –, tem início a peregrinação em busca de clínicas especializadas em programas de estimulação e consequentes exercícios de reabilitação. O leitor é informado tanto sobre as deficiências específicas que acometem os portadores de tal síndrome – em termos de visão, audição, tato, linguagem, relações sexuais –, quanto sobre as limitações que os ditos “normais” têm no trato com essas pessoas: “(elas ouvem a palavra ‘não’ milhares de vezes a mais do que qualquer pessoa normal)” (p. 167). Se, didaticamente, há uma descrição de como é possível o processo de auxílio e recuperação de crianças como Felipe, do ponto de vista narrativo, essa didática é amparada e ultrapassada pelas reflexões sobre as relações entre o pai e o filho, o ser e o tempo, o homem e suas circunstâncias, a essência e a aparência, o sentir e o dizer, o acaso e as escolhas, o autor e o leitor, o ato de escrever e a possibilidade de realização. A educação de Felipe é, em contrapartida, a educação do pai em busca de si mesmo. 

No 20º capítulo, ao narrar o desaparecimento de Felipe, faz um retrospecto dessa fuga e, retornando ao momento de seu nascimento, associa e equipara as sensações como se fossem “o sentimento do abismo” (p. 161). A possibilidade da perda do filho permite ao narrador avaliar o valor desta perda: o desabamento provocado pela solidão: “Não se mova, que dói” (p. 161). A relação autobiográfica em
 O Filho Eterno, também se consolida na descrição correspondente ao processo de criação e publicação de outros romances de Cristovão Tezza, como é o caso de Terrorista lírico, Trapo, A cidade inventada e Ensaio da paixão, “o primeiro acerto de contas com a própria vida, antes do filho” (p. 116).

Enfim, quem é esse filho eterno? É Felipe, eternamente menino, na fatídica vivacidade de sua inocência canhestra, ou é o pai – Édipo andarilho – a procurar,
numa encruzilhada sem destinos programados pelos deuses, sua verdadeira identidade? A ambiguidade do título, reforçando a dimensão de abertura, permite uma
dupla resposta e investe no ludismo como solução conclusiva. O futebol – o jeito brasileiro de brindar a vida, “
esse nada que preenche o mundo” (p. 218) –, une pai e filho num afeto quente e compartilhado. Atleticano fanático, o futebol “passou lentamente a ser para o Felipe uma referência de sua maturidade possível” (p. 219).

Acompanhando os passos do filho, o pai identifica as noções e qualidades possibilitadas pelo futebol: a primeira confirma uma noção de “personalidade”, “
incluindo aí o dom terrivelmente difícil de lidar com a frustração” (p. 219); a segunda caracteriza a noção de “novidade”, “não mais apenas alguma coisa que ele já sabe o que é e que vai repetir” (p. 219); a terceira implica a “socialização”: “o mundo se divide em torcedores e por eles é possível classificar as pessoas”; outra noção corresponde à idéia do tempo, proporcionada “pela noção de torneio” (p. 220); uma quinta noção, “outra pequena utopia que o futebol promete – a alfabetização” (p. 221). É interessante refletir sobre a importância do jogo/futebol como via de acesso ao mundo da leitura, pois, através dele, Felipe é “capaz de distinguir a maioria dos times pelo nome, que depois ele digitará no computador para baixar os hinos de cada clube em mp3, e que cantará, feliz, aos tropeços” (p. 221).

A imprevisibilidade é da natureza do jogo e disputar mais uma partida comunga dessa imprevisibilidade. Ao contrário do início do romance, quando o pai olha amargo e ressentido para o filho “mongolóide”, agora, chegado ao término do livro, o narrador confere a si e ao filho o dom do jogo da vida – liberta e imprevisível – bem como a possibilidade de abertura – maturação/amadurecimento – que só o tempo é capaz de proporcionar.

A linha cronológica da narrativa é trabalhada de forma que, ao passo que Felipe cresce, aprende andar, desenvolve a fala e inicia a vida escolar, o narrador nos conta passagens da adolescência do pai; assim, as principais mudanças de espaço ocorrem juntamente com as interrupções do tempo cronológico, que surgem toda vez que o pai faz uma reflexão sobre a própria vida, regredindo no tempo e no espaço, transportando-se para situações diversas, como a passagem por Portugal e pela a Alemanha, os trabalhos, os estudos, a infância em Santa Catarina, o grupo de teatro amador, o mestre guru e o primeiro amor vivido na ilha da Cotinga. Dessa maneira, o pai transita psicologicamente, entre o presente e o passado, e fantasia um futuro, onde cria algumas expectativas no leitor, em um período entre 03 de novembro de 1980 até 2006. Paralelamente, Felipe não tem essa noção do tempo “Incapaz e entrar no mundo da abstração do tempo, a idéia de passado e de futuro jamais se ramifica em sua cabeça alegre; vive toda manhã, sem saber, o sonho do eterno retorno.” (pág. 183).

Durante toda a narrativa, Felipe recebe estímulos para sua evolução motora e mental: a esperança do pai com isto é aproximar o filho da normalidade, uma conquista, que na verdade, sabe que será impossível.

A voz que narra não explicita o sentimento do pai pelo filho eterno, pois as suas emoções são contidas a ponto de fazer o leitor duvidar de seu amor por Felipe. Todavia, na passagem do texto, onde o menino desaparece fica evidente o amor do pai pelo filho, expresso no desespero, na angústia e no medo de perder Felipe, que um dia desejou que morresse “
Só descobriu a dependência que sentia pelo filho no dia em que Felipe desapareceu pela primeira vez... ainda em pânico... que agora lhe toma por inteiro, a pior sensação imaginável na vida – quase a mesma sensação terrível do momento em que o filho se revelou ao mundo, da qual ele jamais se recuperará completamente...” (pág. 161), embora ele próprio não admita isto “Esse é o retrospecto desenhado com calma quase vinte anos depois. No momento, tudo é de uma banalidade absurda...” (pág. 161).

Como desfecho dos conflitos internos do pai, há a superação do desequilíbrio emocional, ocorrido com o nascimento de Felipe, que é constatada quando pai e filho compartilham, de forma carinhosa, a uma partida de futebol na televisão.


Este livro me encantou! É uma boa dica de leitura pra quem se interessar por casos de pessoas com algum tipo de deficiência, a reação da família, o pai, a mãe e muitos mais.

domingo, 11 de novembro de 2012

O Esporte Paraolímpico e suas várias realidades

 em Natal de 07 a 10 de Novembro o Congresso Brasileiro de Esporte Paraolímpico, foi um encontro que possibilitou reflexões sobre o movimento paraolímpico. Alguns trabalhos científicos  trouxeram relevância. Foi muito bom reencontrar amigos e conhecer os novos caminhos que a vida os reservou. A equipe Superar esteve presente, assim como várias outras instituições que compõem o movimento do esporte adaptado no Brasil.
O que me deixou estasiada foi ao retornar de Natal para o Rio, ainda no Aeroporto de Natal um homem cadeirante se aproximou e pediu dinheiro para o grupo que estava comigo, relatou que era atleta de uma instituição de Natal (prefiro não dizer o nome aqui) e que precisava fazer a manutenção de sua cadeira de rodas para jogar basquete. Olha...foi muito louco ouvir aquilo, acabando de voltar de um evento de tal grandiosidade que discutia exatamente sobre as políticas do Brasil voltadas para o esporte paraolímpico, os novos projetos, novas perspectivas para o Brasil e sem muito tempo passar me deparei com uma realidade completamente diferente...E aí brasil? É isso mesmo?

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Saúde Emocional no Casa Shopping



"SAÚDE EMOCIONAL - Como lidar com as tensões do trabalho", no Casa Shopping, RJ.
Os funcionários puderam parar pra pensar e refletir sobre as tensões do dia-a-dia e entender que tensão é normal, tensão estagna
da que não é. Por isso a importância de aprender a administrar o estresse. Foi um dia de muita troca.
Parabéns a iniciativa da equipe Casa Shopping por proporcionar este momento aos seus funcionários.
Carina Alves

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Festival Internacional de Filmes de Esporte no RJ

O 1 Festival Internacional de filmes de esporte acontece entre os dias 25 e 28 deste mês no Rio de Janeiro. Com efeito, depois dos Jogos Pan-americanos de 2007, em 2011, os Jogos Militares e, já no próximo ano, abriga o Campeonato Mundial de judô e será um dos principais palcos da Copa das Confederações, com a partida final no Maracanã. Uma boa preliminar para a Copa do Mundo de 2014, onde a capital carioca igualmente se destaca como sede da partida final, e também para os Jogos Olímpicos de 2016, quando o Rio passa a ser a primeira cidade da América do Sul a sediá-los.
A programação se encontra no site do evento: www.fife.com.br




segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A História do Esporte Paraolímpico

Os primeiros eventos competitivos voltados para pessoas com deficiência surgiram na Inglaterra e nos Estados Unidos, logo após a Segunda Guerra Mundial – muito em função de inúmeros ex-combatentes terem perdido membros ou a audição enquanto lutavam. 

Os primeiros jogos foram realizados em Stoke Mandeville, onde localizava-se um importante hospital e o Centro Nacional de Lesionados Medulares, em 1948. O Centro foi criado pelo governo inglês com a ajuda do neurologista Ludwig Guttmann para tratar os soldados feridos na guerra. Para tanto, os médicos adotaram o esporte como parte da reabilitação médica. Essa não era uma prática muito comum naquela época. Embora já acontecessem algumas promoções esportivas para portadores de deficiência, os Jogos de 1948 foram considerados um marco na história do esporte paraolímpico e ficaram mundialmente conhecidos como os Jogos de Stoke Mandeville, que reuniram 16 atletas, todos veteranos de guerra.
A realização dos Jogos de Stoke Mandeville, “coincidiu” com os Jogos Olímpicos de Londres, deixando claro, desde o início, o desejo do médico Ludwig Guttmann da criação de uma Olimpíada para as pessoas com deficiência. O sucesso do método implantado pelo neurologista com seus pacientes foi tão grande que, pouco a pouco, médicos do mundo inteiro passaram a usar o esporte também como uma nova forma de reabilitar seus pacientes.

E já que pessoas com deficiência de outros lugares, além da Inglaterra, estavam praticando esporte, nada melhor do que organizar uma nova competição. E foi assim que, em 1952, foram realizados os Jogos Internacionais de Mandeville, que reuniram nada menos do que 130 atletas ingleses e holandeses.
O sonho de Guttmann, porém, concretizou-se mesmo em 1960, com a realização dos Jogos Paraolímpicos de Roma, evento considerado pelo COIl, como o primeiro grande evento. Os Jogos Paraolímpicos de Roma, chamados de Olimpíadas das Pessoas com Deficiência, reuniram 400 atletas, de 23 países, porém, todos cadeirantes. A competição teve todo o apoio dos dirigentes mundiais e desde então, os Jogos Paraolímpicos passaram a ser realizados nas mesmas cidades e nas mesmas instalações dos Jogos Olímpicos.

“Guttmann está para os Jogos Paraolímpicos assim como Coubertin está para os Jogos Olímpicos da Era Moderna.” 

Desde então, o número de atetas e modalidades disputadas não parou mais de crescer. De 400 atletas e 23 países participantes nos Jogos de 1960, fomos para 4 mil atletas e 143 países nos Jogos de Atenas, em 2004. Além do aumento incrível no número de atletas, muita coisa evoluiu no esporte para pessoas com deficiencia de lá para cá. O esporte para pessoas com deficiência deixou de ser amador e passou a ser a atividade profissional dos atletas que passaram a buscar o alto rendimento nas competições.

Jogos Paraolímpicos
1960 - Roma400 atletas, apenas cadeirantes
1964 - Tóquioinclusão da corrida para homens e mulheres em cadeiras de rodas nos 60 m
1968 - Tel Aviintensa cobertura da mídia e quebra de 20 recordes mundiais
1972 – Heidelbergprimeira participação dos brasileiros
1976 – Torontojogos transmitidos ao vivo
1980 – Arnhemparalisados cerebrais disputaram pela primeira vez os Jogos Olímpicos
1984 – Nova Iorque e Stoke Mandevilleparticipação de 1.700 atletas de 45 países
1988 – Seulmarcou a história em função do avanço na tecnologia e profissionalização dos 3 mil atletas
1992 – Barcelonainclusão do tênis em cadeira de rodas em caráter competitivo e não mais demonstrativo; quebra de 280 recordes mundiais
1996 – Atlantaprimeira participação de atletas deficientes mentais em caráter competitivo
2000 – Sidneyos Jogos foram tão bem estruturados que a Paraolimpíada passou a ser o segundo maior evento esportivo do mundo
2004 – Atenasorganizado pela primeira vez pelo mesmo comitê organizador dos Jogos Olímpicos; disputado por quatro mil atletas; 19 modalidades


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Congresso de Filologia na UERJ


Este foi o tema do trabalho que apresentei numa das mesas do congresso:
Eliminando barreiras: a distância entre a interpretação da lei 10098 e a realidade da acessibilidade

O objetivo do estudo é interpretar o texto da lei 10098 conhecida como lei da acessibilidade que propõe a eliminação de barreiras sociais a pessoas com deficiência. Este trabalho configura-se como um estudo teórico e como um relato de experiência profissional, que apresenta o esporte como um instrumento para inclusão social. Discriminação e omissão marcaram a história de pessoas com deficiência, pessoas invisíveis socialmente. No entanto, as vidas dessas pessoas passaram por mudanças significativas quando tiveram contato com práticas esportivas. O esporte viabilizou além de uma nova inserção social, uma ressignificação identitária produzindo melhorias concretas nas condições de vidas de pessoas denominadas deficientes.  A lei 10098 estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade para pessoas com deficiência.  Esta análise revelou uma história marcada pela exclusão: de famílias simples e desinformadas, essas pessoas desconhecem direitos  elementares; revelou, também, avanços na legislação que discute a eliminação das barreiras sociais a pessoas com deficiência através do esporte.

Palavras- chave: Lei de acessibilidade, inclusão social, pessoas com deficiência, interpretação da lei, análise de discurso.

"Paralímpico ou Paraolímpico"

Antes, durante e após as paraolimpíadas de Londres continua a grande dúvida na cabeça de milhares de pessoas sobre o termo correto a ser empregado. Eu sempre falei paraolímpico e assim continuarei, mas pra quem ainda tem dúvidas, vejam esta reportagem:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/pasquale/1149224-paralimpico-haja-bobagem-e-submissao.shtml


O meu querido amigo, vizinho, filho e irmão Márcio Ribeiro me pergunta, com o seu falar italianado e com influência do linguajar da Casa Verde, bairro paulistano em que passou boa parte da vida: "Ma que história é essa de 'paralímpico'? Emburreci, emburrecemos todos?". E não foi só o Márcio. Vários leitores escreveram diretamente para o jornal ou para mim para pedir explicações.
Não, meu caro Márcio, não emburreceste. Nem tu nem os leitores que se manifestaram. E, é bom que se diga logo, a Folha não embarcou nessa canoa furadésima, furadissíssima.
Parece que o Comitê Paralímpico Brasileiro adotou a forma "paralímpico" para se aproximar da grafia do nome do comitê internacional ("paralympic"). Por sinal, o de Portugal também emprega essa aberração --o deles se chama "Comité Paralímpico de Portugal" (com acento agudo mesmo em "comité").
É bom lembrar que o "par(a)-" da legítima forma portuguesa "paraolímpico" vem do grego, em que, de acordo com o "Houaiss", tem o sentido de "junto; ao lado de; ao longo de; para além de". Na nossa língua, ainda de acordo com o "Houaiss", esse prefixo ocorre com o sentido de "proximidade" ("paratireoide", "parágrafo"), de "oposição" ("paradoxo"), de "para além de" ("parapsicologia"), de "distúrbio" ("paraplegia", "paralexia") ou de "semelhança" ("parastêmone"). Os jogos são paraolímpicos porque são disputados à semelhança dos olímpicos.
Talvez seja desnecessário lembrar que esse "par(a)-" nada tem que ver com o "para" de "paraquedas" ou "para-raios", que é do verbo "parar" (não esqueçamos que o infame "Des/Acordo Ortográfico" eliminou o acento agudo da forma verbal "para").
Pois bem. A formação de "paraolímpico" é semelhante à de termos como "gastroenterologista", "gastroenterite", "hidroelétrico/a", "socioeconômico", das quais existem formas variantes, em que se suprime a vogal/fonema final do primeiro elemento (mas nunca a vogal/fonema inicial do segundo elemento): "gastrenterologia", "gastrenterite", "hidrelétrico/a", "socieconômico". O uso não registra preferência por um determinado tipo de processo: se tomarmos a dupla "hidroelétrico/hidrelétrico", por exemplo, veremos que a mais usada sem dúvida é a segunda; se tomarmos "socioeconômico/socieconômico", veremos que a vitória é da primeira.
O fato é que em português poderíamos perfeitamente ter também a forma "parolímpico", mas nunca "paralímpico", que, pelo jeito, não passa de macaquice, explicitação do invencível complexo de vira-lata (como dizia o grande Nélson Rodrigues). Pelo que sei, em inglês... Bem, dane-se o inglês. Danem-se os Estados Unidos, a Inglaterra e a língua inglesa.
Alta fonte de uma das nossas mais importantes emissoras de rádio me disse que o Comitê Paralímpico Brasileiro fez pressão para que a emissora adotasse a bobagem, digo, a forma americanoide, anglicoide ou seja lá o que for. A farsa é tão grande que, em algumas emissoras de rádio e de TV, os repórteres (que seguem ordens superiores) se esforçam para pronunciar a aberração, mas os atletas paraolímpicos logo se encarregam de pôr as coisas nos devidos lugares, já que, quando entrevistados, dão de ombros para a bobagem recém-pronunciada pelo entrevistador e dizem "paraolímpico", "paraolimpíada/s".
Eu gostaria também de trocar duas palavras sobre "brasuca/brazuca" e sobre o barulho causado pelo "porque" da presidente Dilma, mas o espaço acabou. Trato disso na semana que vem.
É isso.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Dia do Psicólogo e da Psicóloga

Parabéns aos psicólogos e psicólogas do mundo!

Hipocrisia Política

Esse tipo de política realmente me deixa de cabelos em pé. Vejam só o projeto de lei que proíbe o tiro para menores. Como se esta prática determinasse algum comportamento agressivo. As crianças e adolescente estão precisando sim de cuidados, mas na educação, que tal, senhores políticos?
Que tal deixar a hipocrisia de lado?
Pensar a lógica política com outro olhar?


Encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto de lei de autoria, do deputado Dr. Rosinha (PT/PR), que pretende proibir a prática do Tiro Esportivo por crianças e adolescentes e até impedir o acesso destes aos clubes de tiro, passando a tipificar como crime a conduta dos dirigentes esportivos

Pelo projeto, apenas pessoas previamente autorizadas, com porte ou guia de trânsito, poderiam freqüentar os clubes e, ainda assim, mediante comprovação freqüente de todos os requisitos que a lei estabelece para sua concessão.

Especialistas criticam fortemente o projeto, ao qual atribuem ausência de fundamentação válida e, mesmo, ser ele fruto de grande desconhecimento do tema que se pretende regular. “O projeto já parte de uma premissa equivocada, esquecendo que a regulamentação do Tiro Esportivo, pela própria lei, é atribuição do Exército Brasileiro”, é o que afirma Fabricio Rebelo, diretor da ONG Movimento Viva Brasil para Colecionadores, Atiradores e Caçadores – CAC.


Para o especialista, o projeto confunde a prática esportiva com a aquisição de armas de fogo, o que seriam institutos completamente distintos. “Não se pode exigir daquele atleta iniciante no esporte, que com ele vai ter seus primeiros contatos, que já cumpra toda a burocracia exigida para a compra de uma arma. Isso, na prática, somente cria ainda mais dificuldades para um esporte tão estigmatizado e impede o aparecimento de novos talentos, sem absolutamente nenhum benefício social”, afirma Rebelo, que ainda compara “é a mesma coisa de se exigir de quem vai jogar bola que antes tire seu registro de atleta profissional”. Para ele, os clubes de tiro seriam ambientes seguros, sem nenhum risco para aqueles que o freqüentam, sejam crianças ou não. “O grande problema é que, de relação ao esporte do Tiro, se busca regulamentar o que não se conhece. Antes de proporem exigências descabidas, os legisladores deveriam procurar conhecer o esporte e os ambientes em que ele é praticado”, afirma o especialista.

Rebelo também contesta a justificativa para a proposta. “É incrível que um projeto de lei com um impacto tão grande se baseie numa notícia de jornal que sequer foi investigada e, muito menos, comprovada. No entanto, é essa a justificativa que se registra no texto da proposição”.
É uma hipocrisia esta política, até onde eu lembro não é a prática de tiro esportivo que faz com que crianças e adolescentes saim por aí agressivos ou se tornem bandidos, senhores políticos. Que tal dar uma olhada na educação. Topam? 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ouro Brasil X Preparo Psicológico - LONDRES

O atleta brasileiro Arthur Zanetti acaba de ganhar a medalha de ouro na Ginástica Artística na Olimpíadas de Londres e diz o quanto foi importante o preparo pasicológico para conseguir o ouro. Concentração e disciplina.

“Treinei bastante minha série, mas o principal foi treinar o psicológico, que é o que na hora pega. Quando você vê esse público enorme, acaba se sentindo nervoso, mas consegui me controlar bem”, declarou Zanetti em entrevista à Record. 

E aí Psicologia? Vamos que vamos pra Londres. O preparo psicológico é importante em qualquer lugar, momento, circunstância, enfim, somo "gente", cheios de emoções, pensamentos e sentimentos. Quando falo sentimentos, não me refiro ao romantismo, e sim a qualquer e todos os sentimentos que todos nós temos, sentimos.
E no esporte cada vez mais os atletas estão em busca de preparar suas emoções, seu psicológico, o que muita das vezes atrapalha na hora da prova. Tanta adrenalina, cobranças... que o psicológico pode ficar abalado.

Um pouco mais....



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Conferência FIB na Rio + 20


Meditação coletiva especial e diferente!  Contaremos com a presença da Susan Andrews e após a meditação teremos um bate papo sobre o evento do FIB - Felicidade Interna Bruta, que ocorrerá no dia 19 de junho, no Theatro NET, na semana do Rio + 20, conforme folder anexo (www.fibrio.org.br).
 
LOCAL: Como imaginamos um número maior de pessoas, estaremos realizando esse encontro dentro do Jardim Botânico, no Centro de Estudos de Ervas Medicinais. Atenção pois a entrada será APENAS pela Rua Pacheco Leão, 915. Estacionamento é na rua mesmo, ponto de ônibus em frente a entrada. Por favor informar na portaria que vocês estão indo no evento da RIO + 20. Após entrar na portaria, siga uns 200 metros em frente, e depois vire à esquerda no portão com muro. A iluminação no local é mais fraca.
 
HORÁRIO: 19:30 horas para início da meditação 

Esta será uma boa oportunidade para discutirmos sobre bem estar e qualidade de vida! 
É um novo paradigma de bem estar: Desenvolvimento social e ambiental
Vejo vocês lá!


EQUAÇÃO EMPREGADO - EMPREGADOR

A equação empregado-empregador vem sofrendo reestruturações constantes e já existe o entendimento de que a dedicação extremada ao trabalho se vem revelando como óbice. É alienante. É improdutiva.
Antes de tudo, somos seres humanos com interesses e desejos diversificados que extrapolam, em muito, a atividade profissional. E observar e compartir com todos os demais segmentos da vida é parte integrante do próprio desenvolvimento do Homem enquanto persona de si mesmo.
Intelectualmente, somos pluridimensionais. Maxitalentosos. Multi-inventivos.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A Filosofia de NIETZSCHE


Quem tem uma razão de viver
é capaz de suportar qualquer coisa

QUANDO PERDEMOS DE VISTA nossos objetivos fundamentais,
somos dominados pelo estresse e pela desorientação. A sensação
de “trabalhar muito para nada” e o esgotamento que difi culta a
concentração podem ser combatidos com a defi nição de uma
meta clara, que ofereça sentido ao que estamos fazendo nos bons
e nos maus momentos.
Para o psicólogo Viktor Frankl, se o indivíduo encontra um
sentido para sua vida, é capaz de superar a maior parte das adversidades.
A logoterapia, criada por ele, busca exatamente isto:
em vez de escavar o passado do paciente, tenta explorar o que é
possível fazer com o que ele tem aqui e agora. Em outras palavras,
devemos encontrar um motivo para nos levantar da cama todas
as manhãs.
O problema de muitas pessoas insatisfeitas com sua existência
é que elas não pensam na vida que gostariam de viver. E a primeira
condição para encontrar-se é saber aonde se quer chegar.
Como fez Frankl meio século mais tarde, Nietzsche destaca
a importância de se buscar uma “razão de viver”. Quando nossa
vida se torna plena de sentido, de uma hora para outra os esforços
já não são cansativos, e sim passos necessários em direção à
meta que estabelecemos.

NIETZSCHE pra estressados


Nosso tesouro está na colmeia de nosso
conhecimento. Estamos sempre voltados a
essa direção, pois somos insetos alados da
natureza, coletores do mel da mente

COMO SCHOPENHAUER, NIETZSCHE em sua juventude se interessou
pelas várias fi losofi as que fl orescem na Índia.
Herdeiro de uma longa tradição espiritual voltada ao conhecimento
pessoal, Ramana Maharshi talvez tenha sido o último
“grande guru” a trabalhar com o instrumento que nos torna
humanos: a mente.
Ramana estimulava seus discípulos a perguntarem a si mesmos:
“Quem sou eu?” Quando soube que tinha câncer, tranquilizou-
os dizendo: “Não vou a lugar nenhum. Para onde poderia ir?”
Aqui Nietzsche compara a conquista da mente a uma abelha
voando em direção à colmeia para colher o mel mais puro.
Maharshi descrevia da seguinte forma a viagem às profundezas
do nosso interior:
Assim como o pescador de pérolas prende uma pedra na cintura
e desce ao fundo do mar para buscá-las, cada um de nós deve se
munir de desapego, mergulhar dentro de si mesmo e encontrar
sua pérola.
Para encontrar essa pérola não é preciso peregrinar à Índia
nem se entregar a complexos exercícios espirituais. Basta olharmos
tranquilamente para o nosso interior.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Presenteísmo


Que danos emocionais o trabalho pode causar?


O psiquiatra Duílio Antero de Camargo tem como um dos seus campos de pesquisa o presenteísmo. Esse é um termo que significa "estar presente no trabalho, mas com um sintoma leve de alguma doença ou distúrbio". A pessoa não falta, mas trabalha doente. Não é só o trabalhador que perde com isso. A empresa também perde. 

"Pesquisas realizadas nos Estados Unidos demonstram que as perdas de produtividade por depressão e dores sofridas por trabalhadores que não faltam ao trabalho superam as perdas de produtividade derivadas do absentesísmo", diz Camargo. Ele é um dos especialistas do setor de Psiquiatria do trabalho do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
 

O presenteísmo é um problema conhecido pelos profissionais de recursos humanos e pelos médicos do trabalho. A maioria deles, porém, se preocupa mais com os fatores ambientais que provocam mal-estar e doenças: ergonomia, calor, segurança do trabalho etc.
 

Duílio decidiu investigar um campo pouco explorado. Ele pesquisa os problemas emocionais e os transtornos psiquiátricos originados no trabalho. Está lançando o livro Psiquiatria ocupacional, pela Editora Atheneu. A obra pode ser comprada na editora, mas só chegará às livrarias em maio.
 

Os transtornos mentais (entre eles, os depressivos) já são a terceira causa de afastamento do trabalho no Brasil. Ficam atrás apenas dos acidentes e das lesões conhecidas como LER/DORT, o conjunto de doenças provocadas pelo esforço repetitivo. Na região sudeste, os transtornos mentais ocupam o segundo lugar.
 

"A maioria das empresas trabalha com metas e impõe cobranças radicais. A pressão exagerada por produtividade e o excesso de tensão provocam problemas emocionais que podem desencadear transtornos mentais graves", diz Camargo.
 

A coisa é mais ou menos assim: o funcionário trabalha num ritmo insano, enfrenta pressões e acostuma-se a ouvir reclamações constantes da chefia em reuniões constrangedoras. Passa anos nesse ritmo como se esse fosse o ambiente natural de sua profissão. Não reclama, por medo de perder o emprego ou porque não quer ser considerado um fraco.
 

Até que um dia os problemas emocionais começam a aparecer. Pode ficar ansioso, meio deprimido ou sentir medo. Se isso durar um dia ou outro e não atrapalhar a vida do sujeito, significa que ele ainda não está sofrendo de uma doença psiquiátrica. Mas se a ansiedade, a depressão e o medo perdurarem e começarem a provocar problemas físicos (taquicardia, hipertensão, dores de cabeça, insônia, por exemplo) pode ser o sinal de que um transtorno mental está instalado. Esse é um terreno fértil para uma série de males, entre eles transtorno do pânico, depressão, transtornos do sono, síndrome de burnout (esgotamento total) etc.
 

Você reconhece essa descrição? Aí no seu trabalho tem alguém que passou por isso? Infelizmente essa é uma situação corriqueira. Até recentemente, os empregados tinham grande dificuldade de comprovar na Justiça que os transtornos psiquiátricos eram provocados pelo trabalho. Duílio e outros profissionais procuraram estabelecer aquilo que na linguagem jurídica se chama nexo causal. Ou seja: de que forma a situação vivida no trabalho pode ter provocado o dano observado.
 
A depressão do sujeito foi disparada pelo chefe ou pelo casamento ruim? Pelo assédio moral na empresa ou por sua condição sócio-econômica? No livro, Duílio apresenta um questionário que ajuda o médico do trabalho, os psiquiatras e os peritos a fazer essa distinção.
 

Ele também analisou as ementas de 56 processos julgados e que tiveram o nexo causal reconhecido. A pesquisa é apresentada em tabelas que relacionam a síndrome psiquiátrica, o nexo causal e os sintomas associados. Elas revelam histórias exemplares da extensão dos danos que um ambiente de trabalho doente pode provocar. É o caso do funcionário que sofreu rebaixamento de cargo e redução de salário. Como se não bastasse, foi transferido para outra cidade e perdeu o direito à moradia. O resultado foi perturbação mental e suicídio.
 

Será que é tão difícil construir um ambiente profissional saudável? É natural que o relacionamento entre chefes e subordinados seja conflituoso. Ele envolve relações de poder e uma convivência forçada entre pessoas que não se escolheram. Se homens e mulheres que se casam apaixonados e de livre e espontânea vontade às vezes brigam como cães e gatos, o que esperar da relação entre chefes e funcionários que trocam gentilezas contínuas como se estivessem prestes a entrar num ringue de Vale-Tudo?
 

Acho que uma regra básica do bom senso deveria prevalecer: não faço aos outros aquilo que não gostaria que fizessem a mim. Essa norma simples já seria capaz de evitar muito do desrespeito e dos danos emocionais que ouvimos por aí. Os tantos conflitos do mundo corporativo demonstram que a coisa deve ser muito mais complicada do que isso.
 

Há saída? Segundo Duílio, as empresas precisam ser sensibilizadas e criar programas preventivos. Isso significa avaliar a saúde mental dos funcionários por meio de questionários e testes e ensinar as pessoas que ocupam cargos de chefia a lidar com emoções. "Não adianta tentar mexer na base. Quem tem o poder é que precisa aprender a lidar com gente e a zelar pela saúde mental de todos", diz Duílio.
 

Os danos emocionais são especialmente perversos quando acometem os profissionais que ganham os menores salários. Aqueles que estão indefesos, sem a menor condição de pagar uma psicoterapia ou um tratamento psiquiátrico. Os profissionais mais qualificados têm a chance de colocar na balança as perdas e os ganhos que cada empresa oferece.


 Fonte: Revista Época 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Stress Negativo e Positivo: Existe Stress Ideal?

Como o stress não pode ser completamente eliminado de nossas vidas, temos mesmo é que aprender a mantê-lo sob controle. É importante saber a diferença entre o stress bom o e ruim.
Stress Negativo: é o stress em excesso. Ocorre quando a pessoa ultrapassa seus limites e esgota sua capacidade de adaptação. O organismo fica destruído de nutrientes e a energia mental fica reduzida. Produtividade e capacidade de trabalho ficam muito prejudicadas. A qualidade de vida sofre danos. Posteriormente a pessoas pode vir a adoecer.
Stress Positivo: é o stress em sua fase inicial, a do alerta. O organismo produz adrenalina que dá ânimo, vigor e energia fazendo a pessoa produzir mais e ser mais criativa. Ela pode passar por períodos em que dormir e descansar passa a não ter tanta importância. É a fase da produtividade, como se a pessoa estivesse de alerta. Ninguém consegue ficar em alerta por muito tempo, pois o stress se transforma em excessivo quando dura demais.
Stress Ideal: ocorre quando a pessoa aprende o manejo do stress e gerencia a fase de alerta de modo eficiente, alternando entre estar em alerta e sair de alerta. O organismo precisa entrar em equilíbrio após uma permanência em alerta para que se recupere. Após a recuperação não há dano em entrar novo em alerta. Se não há período de recuperação, então, doenças começam a ocorrer pois o organismo se exaure e o stress fica excessivo.
Você tem sintomas de stress excessivo?

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Gestão Estratégica da Saúde Coorporativa



Curso de Gestão Estratégica em São Paulo (fevereiro 2012), destaca a gestão próxima da "pessoa" como a alma do negócio nas empresas. O IQPC- instituto que promoveu o evento levou para a discussão 28 empresas de todo o Brasil para falar sobre qualidade de vida, bem estar e saúde. Os assuntos em destaque me despertaram muito interesse, um deles a saúde mental, onde as pesquisas apontam que em 2015 a depressão será a patologia nº 1 dentro das empresas, o que me calma espanto é baixo nível de investimento nesta área, não só no setor privado como no setor público. 
Aos psicólogos e psicólogas, precisamos estar atentos as tendências de mercado, pois o cenário do adoecimento dentro das organizações é cada vez maior.


Outra novidade é a ONA - Organização Nacional de Acreditação que certifica os programas de saúde. É uma organização não governamental caracterizada como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos, de direito coletivo, com abrangência de atuação nacional.
Tem por objetivo geral promover a implantação de um processo permanente de avaliação e de certificação da qualidade dos serviços de saúde, permitindo o aprimoramento contínuo da atenção, de forma a melhorar a qualidade da assistência, em todas as organizações prestadoras de serviços de saúde do País.
Em nossa realidade atual os dispositivos de controle estão em alta. Os aplicativos, a tecnologia...
A comunicação é uma das ferramentas mais importantes para o sucesso dos programas de qualidade de vida. Vamos comunicar!
Concluindo, é preciso olhar para a pessoas que trabalha, para o sujeito, ou seja, investimento no capital humano.


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Por que cuidar da sua Mente?

Por que cuidar da sua Mente?

O tempo não cura o não resolvido!
Podemos jogar no inconsciente
o que nos machucou e inferniza,
mas a energia negativa destes
sentimentos, emoções e vivências,
rompe o bloqueio e se manifesta
como dor, doença e stress!

Tudo fica registrado em arquivo
na mente, no corpo, na energia;
é este passado que gera
nossas condutas e resistências,
nossos impulsos, medos e raivas,
nossa agressividade e depressão,
nossas doenças físicas e mentais!

É inútil querer "deixar quieto"
é inútil tentar esquecer;
no mental é preciso reconhecer,
no emocional é preciso desabafar,
na energia é preciso desbloquear;
só assim se criam as condições
para a cura e o "bem viver"!

Autor desconhecido